Onde você está?
Disseram que o mal não dura,
felicidade, eu que faço.
Mas a dor no peito perdura,
coração sempre em pedaços.
Disseram que, nalgum lugar,
tem alguém a me esperar,
um alguém assim como eu,
procurando o que perdeu!
Será que assim posso pensar
que um sol novo nascerá?
eu estando no limiar,
sem saber onde andará?
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Nossas vidas
A história das vidas,
das pessoas,
seus amores,
suas lidas,
nada mais é
que pedaços
de um filme de ida,
sem volta, escasso,
do qual Deus
escreveu o texto,
e dele é
diretor geral
em todo contexto,
e onde por favores,
nos colocou como atores.
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Legados
Quando uma flor definha
Nasce outra em seu lugar
Porque é a lei da natureza
Que isso assim aconteça
E quando assim caminha
Com poderoso andar
Vamos deixar com certeza
realmente a quem mereça
Algo que possa durar
Por onde deseje ir
Seguindo a luz do olhar
Deixa um exemplo a seguir
Nas pegadas do andar
alguém um dia falou
"Assim caminha a humanidade"
nesse caminhar ficou
luzes da posteridade
Os passos devem ser firmes
Quando por aqui passamos
Porque o que aqui deixamos
Deve ser pra eternidade.
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Probabilidade de chuva
Quando saio para a rua
Pesquiso o céu em seus sintomas
Olho as nuvens
Sinto o vento
Aspiro a limpidez do ar
Vejo a flor que se insinua
Comparo aromas
Acompanho o voo das penugens
Da paineira a brilhar
Não fiz isso algumas vezes
Principalmente na vida
Deixei de pesquisar
A quem dar meu coração
Assim sofri os revezes
Do querer, e não ser querida
Ficando sozinha no andar
Sem ter quem me desse a mão
Por isso é bom sentir o vento
Colher o sol no olhar
Ver se a andorinha está víuva
Porque ao caminhar ao relento
Podemos bem não notar
A probalidade de chuva.
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Gostaria de
Gostaria de ter alguém
Com quem pudesse conversar,
Todos os dias,
Dizer de meus sucessos
Ou quem sabe
De meus fracassos,
Que bom seria.
Gostaria, de poder dizer
Hoje foi bom ou foi ruim
Algo assim
Como contar que chorei
Que sorri
Uma piada que contaram
se me magoaram
ou um filme que assisti
Talvez dizer
Olha ali aquela flor
Fui eu quem plantou.
Você gostou?
Mas, não,
Não tenho ninguém.
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A brisa e a poesia
As folhas do meu jardim,
na brisa brincalhona,
agitam suavemente.
Prestando atenção eu vi,
em cada movimento
uma mensagem veemente
enviada ao coração,
que vibra docemente,
ao trinar do bem-te-vi.
Pensamento vem à mão
tocado pela mente
do poeta brincalhão.
E no crescer da grama acontece,
o assobio do vento oeste,
trazendo a chuva faceira,
que em pingos macios semeia
a vida do verde em mim,
cantando pra luz do leste,
as flores do meu jardim.
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Seria bom se pudesse
Todos querem com certeza,
Ter um bruxo ou bruxa dentro de si,
Querendo poder transformar,
Ou pelo menos mudar,
O feio em rara beleza.
Quem sabe se alguém pudesse
Fazer tudo que quisesse
Mudando seu ir e vir,
momentos ruins em bons,
a tristeza em belos sons,
para voltar a sorrir.
Gostaríamos de ter
a varinha mágica, e poder
mudar toda nossa vida
em flores de cores sortidas,
para alegrar o viver.
Ah! Se pudesse!
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É muito difícil mesmo,
ficar longe
de quem nos faz sofrer.
Pois normalmente,
ainda que tentemos
ser indiferentes,
são os seres amados,
que estão ao nosso lado,
e mesmo sem querer,
que nos fazem padecer.
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Uma carta
Envelope branco selado
Com letras redondas escrito,
No verso aquele nome vedado
Que há muito estava esquecido.
Não sei se devo ou não devo
A dúvida cruel insiste
Pois no coração ainda existe
Prevenção, mágoa e muito medo.
Deixo o carteiro na calçada,
Já convencida subo a escada,
Amasso o indefeso papel.
Acertando a cesta do lixo
Jogando com ele o capricho
amor, dor e o amargo do fel.
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A velhice
O que mais mata, acho eu, é a indiferença dada aos que já muito viveram, e que no final de seus dias oscilam seus ossos pelos cantos do esquecimento, onde a solidão os faz perder a dignidade e, muitas vezes, o respeito por si mesmos, e por isso morrem dentro de si, que é a morte mais cruel.
Restos de vida
Observando uma flor,
E a beleza de sua cor,
o pensamento me levou,
em caminho que chegou
a lugares onde,
na maioria das vezes,
só se vê de longe
o mundo cá de fora,
que para eles,
embora,
já há muito deixou de existir,
pois só resta o ir.
Asilos, indiferentes,
Orfanatos, esquecidos,
Abrigos, decadentes,
Sem amigos,
Sem amores,
Sem favores.
Pessoas não mais queridas,
São apenas restos de vidas.
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Um pranto que sara
Esse pranto que chorei
Nem tanto por amor
Mas porque precisei
De a meu ser dar valor,
Fez meus olhos sararem
De um início de torpor
E com alívio chegarem
Ao lugar que procurei.
Será que a lágrima lavou
A febre que ficou
De um amor que se foi?
Nem sei mais, nem sei.
Apenas a dor do depois
Deixou de doer
E eu parei de sofrer.
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Vida escondida
O que a vida faz escondida
dentro de uma roda de fogo
deste sol que queima a ferida
de um amor que deixou este jogo
para ir de encontro à solidão
e escondida fica em escombros
dos restos desta demolição
que sobrecarrega os ombros
com a saudade do que foi
aquela vida.
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Meu Anjo
O meu Anjo às vezes
se veste como um de nós,
se aconchega em meus sonhos,
Me consola e me inspira,
e dá força ao meu ser.
Gosto de ouvir sua voz
e dormindo lhe proponho:
Quando acordar não me tira,
a capacidade de entender
o que você quis me dizer...
Ah! Meu Anjo inspirador!
Traga ao meu conhecimento
O que preciso saber,
Faça eu conhecer
Tudo neste momento,
Sobre a vida e sobre o amor!
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O ser e a caminhada
O ser humano caminha,
Pela estrada da vida,
Às vezes em árdua luta.
Às vezes em árdua luta.
Sofre com as feridas,
Que lhe deixam marcas profundas.
E sonhando segue em frente
Na procura,
de uma meta ou um querer
Nesta busca diferente
Que lhe rende mais saber .
Sozinho
O ser segue a imagem
Criada no pensamento
Que muito nítida se faz.
Prossegue na viagem
Sem saber que é capaz,
De entender o ensinamento
Que dá o rumo a seguir,
Porque cansado se isola
E não quer mais se ferir.
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Aos amigos que se foram
Se me esqueceram,
eu os perdoo!
Mas eu não os esqueci.
Se por acaso se foram,
E eu fiquei por aqui,
Foi porque da vida o revôo
Fui eu mesma que perdi.
Mas, amigos do passado,
Do presente e do futuro,
Não sois menos amados.
Mesmo sendo esquecida
Seus roteiros não perdi,
Porque na estrada da vida
Achei vocês, bem aqui
No lado esquerdo do peito,
Acomodados com jeito
Um a um enfileirados!
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Coisas do passado
Abrir porta para a dama,
Mandar flor pra namorada,
Dar vez ao subir a escada,
Sorrir para quem reclama.
Bom papo até altas horas
Com vizinho ou companheiro,
Sair o dia inteiro
Sem ter medo de bandido,
De com balas ser ferido
Ou olhar janela a fora.
De essas coisas ter lembrado,
Saiu-me este repente.
Hoje é muito diferente
Do que já foi no passado!
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