sábado, 31 de outubro de 2020

O que se foi

(Minicrônica escrita em 05/12/2014)


No espaço a mim reservado neste planeta, tentei caminhar seguindo os sons de meu coração. Obedeci as ordens de minha consciência, para não fazer ninguém sofrer.

O tempo passou, e as ondas de desesperança passaram a disfarçar-se em indiferença, fazendo com que as marteladas do desafeto seguissem a cronometragem do destino, para deixar a solidão enraizar-se em uma vida já falida. E tudo foi se moldando conforme a forma.

Um olhar ficou triste, uma casa vazia, um espaço sem ninguém. E nesse espaço, agora fica só a sombra, porque a alma seguiu caminho pelas veredas da saudade, deixando vago um coração magoado.

Só o tempo para apagar a dor de um suspiro cheio de desolação.

Nem a força do querer, traz de volta o que se foi.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

A paz de espírito

(Minicrônica escrita em 05 de dezembro de 2014)


A evolução não se interrompe, não para, não deixa de prosseguir.

Se sofremos ao aprender, criar, recriar e melhorar, renovamos a maneira de viver e reajustamos os erros cometidos, e assim se torna mais fácil obtermos o sucesso.

Toda criatura que prosseguir em demanda de objetivos que satisfaçam a grande Ideia Divina, pode mudar as coisas. Basta querer.

O espírito criativo, seja onde for que esteja, poderá dar um grande impulso para construir o próprio caminho, e o de outros, com grande elevação das coisas.

Este raciocínio, se levado a sério, faz nascer a harmonia entre os homens, e as Paz tão almejada na Terra.

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

O homem é dono de sua vida

 

O homem é dono de seu destino e de sua vida, pois possui o livre arbítrio que o distingue de todos os outros seres terrenos, dando-lhe o poder de conseguir todas as coisas que quiser para sua vida. Para isso, basta apenas que seus pensamentos sejam positivos e coerentes com suas atitudes.


quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Lenda de Bom Bosco

(Crônica escrita em 27/01/2009)


Ia o ano de 1883 na Itália, mais precisamente na cidade de Turim, e um padre Salesiano de nome João Bosco teve um sonho: "Entre os paralelos 15 e 20 do globo terrestre, surgiria uma nação ou um povo, rodeados de magia e lá jorraria leite e mel". 

Para este sonho surgiram vários textos e várias interpretações. 

Em 21 de abril de 1960, justamente nessa situação geográfica, foi inaugurada a nova Capital do Brasil. 

Chamaram o sítio de Planalto Central. 

No entanto, os jorros de leite e mel ficaram só nos sonhos de Bom Bosco, e de um pequeno grupo de pessoas que ainda acreditavam em milagres. 

No Planalto grassa um agrupado de aproveitadores, levados até lá por um povo que nunca soube levar para esse local, homens que verdadeiramente pensassem em jorros de leite e mel, que não fosse em suas próprias mesas.

Por este motivo, o candango, o brasiliense que lá vive, leva a fama de corrupto, quando na verdade, esses são pessoas laboriosas, honestas, mas que vivem à sombra dos que se aproveitam do voto para usufruir das vantagens de poder pisotear esse mesmo povo. 

E do sonho de Bom Bosco, sobrou apenas a Ermida lá no alto, justamente no ponto mais próximo dos paralelos em questão, porque o leite já derramou, e o mel já se acabou.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

O instante mágico

(Crônica escrita em dezembro de 2014)


A correria urbana de minha vida leva quase todo o tempo que me foi colocado por Deus, para os afazeres ditos de sobrevivência. Porque se não trabalha, não come. Ditado mais certo que esse, impossível. Não faça nada, e espere para ver no que dá.

Mas, toda noite percebo que o dia passou, e embora tenha feito tanta coisa, na realidade parece que não fiz nada. Fico com a impressão que deixei passar o momento, mais uma vez, no qual eu poderia ter dado rumo a acontecimentos, onde possivelmente minha vida mudaria, e não soube reconhecer esse momento. Não soube reconhecer o instante que uma porta se abre, todos os dias, para orientar naquilo que possa fazer a diferença em meu caminho.

Será que as portas não se abrem porque não sabemos bater direito? Ou será que se fecham porque as muralhas impostas por nós mesmos tornam-se instransponíveis?

Perguntas que me faço todas as noites ao deitar, e às quais não consigo encontrar respostas satisfatórias.

Vida que foi mal passada a limpo, deixa vestígios no rascunho que fizemos dela. Por isso, se o rascunho ainda estiver disponível, é hora de ir atrás dele e tentar refazer a história. Apagar os momentos de raiva e rancor, tirar os diálogos que possam causar dupla interpretação, colocar mais asteriscos em fases que foram boas, para lembrar de detalhes que deixamos passar e que seriam importantes para a felicidade estar presente. Usar a borracha sem dó em momentos de brigas e discussões, que possam ofuscar o brilho de uma vivência feliz. Tirar obstáculos como desconfiança, falta de respeito, intolerância, pois podem, com o tempo, se transformar em grandes pedras na estrada da vida.

Afinal, um rascunho pode ser alterado a todo momento. Mas depois do original pronto e passado adiante, não temos mais nada a fazer.

Acho que agora, vou procurar o rascunho da minha vida. Quem sabe ainda o encontre, e posso alterar aqueles lapsos que possam ter trazido os percalços por que passei, e quem sabe, ainda possa ser feliz.

E à noite em meu travesseiro, talvez eu encontre as respostas e as soluções para aqueles instantes que deixei passar sem perceber, e possa reconhecê-los para aproveitar os ensinamentos que possam trazer.

Porque no final das contas, só a mim pertence o meu futuro e a minha felicidade, e a ninguém mais.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

A magia das palavras

(Versos livres, escritos em maio de 2013)


Palavras,

semeiam areia na praia,

raios de sol no amanhecer,

vertigens de sombras na chuva,

fogo que queima no entardecer.

Palavras,

dão ao futuro esperança,

embalam no colo a criança,

fazem o coro da vaia,

ou enaltecem o ser.

Palavras,

fazem o mundo crescer,

aumentam a ilusão,

aquecem o coração,

dão alento ao viver.

Palavras

são o impulso da vida,

para o bem ou para o mal,

são a força dirigida,

com o seu poder total.

sábado, 24 de outubro de 2020

Vida engraçada


Quando achamos que tudo está bem, correndo dentro das expectativas de nossas pequenas ambições, sem querer ou sem pensar, dizemos uma única palavra, ou fazemos algo que muda toda a sequência dos acontecimentos.
Podemos fazer mil coisas certas, mas se erramos uma única vez, perdemos todo o bem que possamos ter feito por muito tempo.

Que vida estranha essa!!!


quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Um pensamento saudoso



(Crônica escrita em 18/02/2010)



Quando algumas pessoas nos deixam, por motivos diversos, fica um vazio.

Muitas pessoas que eu amava, se foram. Mas, nenhuma delas me abandonou. Na verdade, toda essa gente que amei e ainda amo, costumo pensar que estão por aí em algum lugar, e que logo poderão estar comigo novamente, a qualquer momento.

Meu pai. Ainda ouço sua voz cantando na varanda, acompanhado pelo som do violão que meu irmão tocava. Voz poderosa e bonita, cantando as velhas canções italianas aprendidas no além mar, ensinadas por minha avó, que também gostava de cantar.

Minha mãe. Gosto de imaginar que está lá naquela cozinha, bem longe, gastando a paciência e energia nos quitutes que a turma toda gostava.

Meus irmãos, quatro dos mais velhos, e por motivos diferentes, mas porque lhes chegou a hora, também se foram. Imagino-os, todos quatro em seus respectivos afazeres, e que quando eu quiser, irei vê-los, e lá estarão com aquele largo sorriso para me receber.

Michael Jackson. Fui sua fã por uma vida inteira. Tenho a certeza que está lá no Rancho Neverland, cantando seu apelo para que o mundo seja salvo da devastação, pedindo que o ser humano se conscientize enquanto é tempo.

Gosto de pensar assim. Quero crer que o amor que sinto por aqueles que fizeram a diferença em minha vida, os faça permanecerem ao meu lado, mesmo que só no coração. Mas é aí que está a beleza! Pensar que ainda estão por aqui em algum lugar. Isso dá a sensação de que não os perdi para sempre.

Por isso, chorar não faz sentido, já que posso ir lá para vê-los quando quiser. Mesmo que para isso, precise de uma carona estranha.

terça-feira, 20 de outubro de 2020

A importância de amar

(Poema escrito em heptassílabos,  abril de 2015)


Ser importante pra alguém,

não é ser sempre presente,

porque mesmo estando ausente,

basta estar no coração,

para ser feliz também.

Ser importante pra alguém,

é só fazer doação,

de um pouco de carinho,

com palavras e um pouquinho,

e a sua atenção.

Um ser vivo só precisa,

de que alguém lhe mostre as flores,

onde só se veem espinhos.

Percebi que esta vida,

é feita só de esplendores,

não importa o caminho,

que temos de escolher.

Basta o coração querer.


segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Caminhos

 


Sou caminhante pelos meandros insondáveis do pensamento. Os caminhos que me levam ao destino a mim reservado, estão em uma estrada, às vezes iluminada, às vezes escura, mas que só a mim pertence, porque a minha rota, só eu mesma posso seguir.

domingo, 18 de outubro de 2020

Segredos do mar


O mar, lança a espuma na areia,

segredos, nos traz pelas sombras,

o som da água ao céu permeia,

só quando na praia ela tomba.

Sorrisos se veem numas faces,

o rancor em outras se veem,

não temos controle do impasse,

nem certeza tenha ninguém.

As ondas refletem a lua,

uma luz que a todos encanta,

também aos que vão pela rua,

e nesta beleza se espantam.

Barulho do mar continua,

meus sonhos, voando além,

e com as estrelas se encontram,

deixando saudade também.


sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Poetando

(Versos em pentassílabos, escritos em 2014)


O nascer do sol;

a brisa suave;

cor do girassol;

o voo da ave;

as flores nascendo;

crianças brincando;

rosas florescendo;

os seres amando;

mais um arrebol.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Deus e eu

Nasci, cresci,

trabalhei e vivi.

Levo no coração a alegria,

de ter amado muito, todo dia.

Tenho pleno conhecimento,

que as dádivas de suprimento,

que recebo para viver,

e a felicidade de saber

o que quero, e o que fazer,

não posso dizer que são meus,

e sim, que tudo vem de Deus.

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Já tenho saudade

(Poema livre, escrito em 2013 quando de uma viagem)



Daqui onde estou,

por entre nesgas de céus que aparecem,

nas nuvens escuras que o sol há tempo apagou,

vejo estrelas cintilarem saudades,

bem antes das que por lá ensombrecem,

o tempo, que replicou vaidades.

Terra minha que tão longe ficou.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Coração triste

Sonhos que se escoam,

pelos vãos dos dedos,

tristezas que se eternizam,

em um padecer sem fim,

deixam na alma uma lacuna,

que não se preenche,

e fica eterna  no coração.


São saudades que ecoam,

dentro dos medos,

e que na dor finalizam,

dentro de mim,

são como uma escuna,

perdida num mar imenso,

e que se perdem na emoção.


Quando as lágrimas descem,

sem sentir,

sem nenhum esforço,

são aqueles momentos que só o abraço,

o amor e o carinho,

me fazem, novamente sorrir.

Então, me entrego em oração.

domingo, 11 de outubro de 2020

Caminhada


Na esquina da vida eu busco,

O silenciar da ilusão,

A existência esvaindo,

E o destino se cumprindo

No caminhar neste chão.


sábado, 10 de outubro de 2020

Ah! Esse Brasil que eu quero!

(heptassílabo escrito em 2015)


Tem cheiro de liberdade,

Muita fé na humanidade,

E em Deus, assim espero!

Ao Brasil, quero também,

Mais trabalho em harmonia,

E que também chegue o dia,

Pra confiar em alguém!

Também, aqui estou querendo,

Grandes sonhos que combinem,

Que às crianças ensinem,

Muita Ordem e o Progresso!

São coisas que sempre quis.

Tenho esperança, confesso,

Que seja realidade,

Se ter mais civilidade,

E que seja um só País!

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Ouvindo a chuva


Ah! gosto de ouvir ao longe,

 as trovoadas prenunciando,

 esta dádiva da chuva.

Felicidade vem dela,

abro logo a janela,

para este frescor entrar.

E os pingos a açoitar,

as folhas do coqueiral,

e as roseiras no beiral.

O meu ser agradecido,

pois muito tenho sofrido,

com a seca arrasadora.

Oro em silêncio profundo,

pela chuva salvadora.

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Tempos idos


Quando minha mãe fazia uma geleia, uma cuca, um doce de leite da hora, mandava sempre um "pratinho" para uma das vizinhas. Hora era uma, ora era outra. Dizia: vai num pé e volta noutro, nada de ficar brincando com "fulaninha". Então eu ia. E para retribuir, quando essas vizinhas faziam algo diferente, também mandavam um tanto para nós.

Havia também as Visitas no meio da tarde, ou à noite, sem aviso, era só chegar. Todos eram bem-vindos ao convívio de todos. Sempre havia na despensa ou nos armários, doces, compotas, licores, biscoitinhos, bolachinhas, sequilhos, e o insubstituível pão caseiro assado no forno de brasa, para servir a essas visitas inesperadas.

Era assim nas cidades interioranas, todos unidos para viver uma vida, que hoje, pouca gente sabe que existiu. A vida comunitária de verdade. Aquela vida onde as receitas deliciosas eram passadas nos cadernos de linha, à lápis, por mãos quase sempre muito calejadas pelas lidas diárias. Lidas essas, que não impediam ninguém de ser amigos, fazer visitas, levar o último licor da fruta da época feito nas imensas cozinhas, que no interior eram mais sala de visita que cozinha, e onde tinha sempre algo em cima do fogão, ou no forno, esperando para ser consumido.

Gente trabalhadora, esforçada, honesta, onde um fio de bigode valia mais que uma promissória, na época. As casas simples eram feitas por eles mesmos, as camas, colchões, cadeiras e mesas, também. Os fornos e fogões eram de barro ou tijolos. Esses, vindos da olaria do amigo que fazia para uso próprio, e distribuía aos conhecidos que não sabiam fazer. E recebia desses amigos aquilo que ele não sabia, ou não tinha tempo para fazer.

Como está longe esse tempo! Aliás, não está muito longe, está aqui no meu coração saudoso, guardado com carinho no armário de minhas recordações, e o vejo lá escondidinho nas gavetas de minha saudade.

Tempos idos, tempos inesquecíveis, mas às vezes esquecidos pelas novidades dos novos tempos.

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

A busca

(Escrita em 2018)


A vida do ser humano,

é uma viagem no escuro, 

e as coisas, por quais procuro,

em um mar de incertezas,

enfrentando as asperezas,

neste navegar insano,

talvez, não encontre agora.


Pode ser grande a demora,

pois o barco que eu uso,

do qual sou o timoneiro,

vai me levar com leveza,

e num momento certeiro,

vou encontrar, com certeza,

assim que chegar a hora.


terça-feira, 6 de outubro de 2020

Sensibilidade nem todos têm


Sei, também,

que uma flor mostra a beleza,

na incerteza,

de sua efêmera vida.

No entanto,

todo encanto,

por alguns não é percebido.

Pois sensibilidade,

na verdade,

é algo, que nem todos têm.


segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Princípios


Claro, que a vivência dos humanos,

tem suas regras onde quer que se vá.

Mas princípios, não se fazem,

se trazem,

dentro do peito dos seres,

que não se cobrem só com panos,

mas com o manto,

da honestidade que se dá,

pelo berço, 

que os tenha embalado no início desta vida,

que eterna, não será.


domingo, 4 de outubro de 2020

Somos todos iguais


Os que olham este mundo,

com o olhar perfeito da alma,

ou ouvem,

com a percepção do tato,

nos ensinam que na vida,

de fato,

por mais íngreme que seja a subida,

somos um pedaço do Universo,

não o inverso,

e somos todos,

um trecho daquela música,

muito única,

ou um verso daquele poema,

pois somos o tema,

e também os complementos,

neste caminhar controverso.

Aprendemos ainda,

que somos um pouco

de nossos pensamentos,

e que não há rivais,

pois somos todos iguais.

sábado, 3 de outubro de 2020

Nada me empolga

(Versos escritos em 2008)


Hoje me dei folga,

Parei a vida, e fui ver o tempo passar.

As nuvens cobrindo o sol, descansam,

os pombos dançam,

as flores deixam seu perfume no ar.

Mas, nada me empolga,

pois o mormaço invade a alma,

e a tarde calma,

faz a saudade voltar.

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Um mundo novo

A cada nascer do sol surge um mundo novo para ser explorado, vivido, olhado com carinho. Um mundo onde podemos pensar melhor sobre nossos atos, nossas tendências, nossos sonhos. Podemos pensar a cada amanhecer, se estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance para deixar um mundo mais limpo, mais arborizado, mais humano para nossos descendentes, e se educamos nossos filhos de maneira a deixar homens e mulheres melhores para esse nosso mundo, tão sacrificado.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Poetando

(Versos em pentassílabo escritos em 2008)


O cheiro do vento,

 sorriso do sol,

estrela ao relento,

a luz no arrebol.

A alma poeta,

um hino de amor,

que traz para o dia,

 beleza da flor!