Olhei no espelho
O reflexo dizia que ali estava,
ainda uma bela mulher.
Em seus últimos momentos de beleza,
mas, com certeza,
Não era feliz.
A vida assim o quis.
Coloquei um vestido,
daqueles que eu usava
em minha distante juventude,
e na quietude
uma valsa dancei.
E pensei,
danço sozinha,
porque solitária eu sou
nos caminhos onde vou.
Enquanto dançava,
meus pensamentos
seguiam outras valsas,
em tempos, há muito passados,
e docemente lembrados,
que deixaram,
nos andares da memória,
uma história,
e lembranças,
que me seguirão para sempre.
No escurecer da existência,
o som morrendo nos acordes suaves,
a penumbra sorri para a noite.
E o vento num açoite,
não percebe os sons graves.
A leveza da música esmorece,
o coração acelera,
e o olhar entristece.
Silêncio.
O som para.
Olho ao redor,
ninguém viu, nem ouviu.
Apenas eu, e o tic tac do relógio.
Lá fora a vida segue,
com seus sons da vida alheia.
E eu, dou adeus,
aos meus últimos momentos de mocidade,
que fenecem,
na saudade.
O vento segue soprando forte,
e eu sigo minha sorte.
A vida assim o quer,
mas ainda me sinto
uma bela mulher.
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