O que mais mata, acho eu, é a indiferença dada aos que já muito viveram, e que no final de seus dias oscilam seus ossos pelos cantos do esquecimento, onde a solidão os faz perder a dignidade e, muitas vezes, o respeito por si mesmos, e por isso morrem dentro de si, que é a morte mais cruel.
Restos de vida
Observando uma flor,
E a beleza de sua cor,
o pensamento me levou,
em caminho que chegou
a lugares onde,
na maioria das vezes,
só se vê de longe
o mundo cá de fora,
que para eles,
embora,
já há muito deixou de existir,
pois só resta o ir.
Asilos, indiferentes,
Orfanatos, esquecidos,
Abrigos, decadentes,
Sem amigos,
Sem amores,
Sem favores.
Pessoas não mais queridas,
São apenas restos de vidas.