Tantas vezes vi o sol iluminar uns rostos tristes,
a chuva molhar algumas faces sorridentes.
a chuva molhar algumas faces sorridentes.
Muitas vezes vi lágrimas caírem
pela dor,
e outras maiores por alegria, ou por amor.
Também vi folhas caírem pela seca, tristemente,
outras apenas por ser outono, ou
ser a sua vez.
Vi flores perderem a cor por
negligência,
mas centenas delas feneceram,
por ser sua hora em contingência.
E num relance, vejo a vida entre os dedos,
escorrendo liquidamente, por prazer,
não dando tempo, ao meu tempo, que sozinho,
esguio e despercebido segue em frente,
esguio e despercebido segue em frente,
deixando sorrisos e flores no
caminho,
num andar calmo e indiferente.
Meu olhar não consegue perseguir o vento,
que leva minha alma insegura
pelos campos que eram verdes,
e que não são mais de esperança,
mas de um amarelo pálido da secura,
mas de um amarelo pálido da secura,
no sorriso sem anseios e sem
lembranças.
No cantar do rouxinol enviuvado em seu repente,
no sorriso indisciplinado da criança,
que vive no interior de cada um.
E os rostos tristes, não tornaram a ser alegres,
e os sorridentes, talvez,
também venham a entristecer.
E assim permanece a vida
em uma corrida alucinada,
não levando em conta de nada,
nem o canto solitário,
do pássaro sem companheira,
num andar desamparado do ser.
Não leva em conta
o som do sol brilhando no orvalho,
enquanto as flores sobreviventes,
se esgueiram no amanhecer.
Enfim, nem sei se o olhar persegue a realidade,
ou se este mundo é uma ilusão,
apenas sigo com passos largos,
apenas sigo com passos largos,
na incerteza de uma estrada de
verdade,
que me traga, não só pedras, mas a Paz no coração.