sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Meu amigo gay

(Escrito em 09/12/2009)


Meu amigo Eduard veio me visitar no dia de Ação de Graças. Ele mora em Nova York, mas todo mês de Novembro vem ao Brasil para umas férias. E lógico, me fazer uma visita. Eduardo, como nós o chamamos por aqui, é gay. Mas pense num cara bonito. Tem cinquenta anos, mas não aparenta, mesmo, essa idade. Parece ter no máximo trinta e cinco. Um metro e oitenta e dois de altura, espáduas largas de quem fez academia a vida toda. Olhos verdes, cabelos castanhos escuros e pele morena. Bem!!!

Quando ele chega em minha casa, a primeira coisa que fala é: ‘A sua academia está funcionando? Vamos para lá’.

A academia que ele se refere, é uma que fica bem ao lado do prédio em que moro. Não sou muito adepta, mas, vez por outra faço alguns exercícios de dança por lá. E por isso ele diz ‘a sua academia’.

No dia seguinte de sua chegada, levei meu amigo para uns exercícios. Ele é está conhecido dos atendentes, já que todos os anos é a mesma coisa. Mas conhecido só dos atendentes. O pessoal frequentador da academia, não o conhece. Embora, absolutamente assumido de sua situação homossexual, ele não tem nenhum trejeito gay. A hora que fomos para lá, entre 14 e 16h, há muito pouca frequência masculina. As salas estão sempre lotadas de mulheres, de todas as idades, que varia de 17 a 70 anos. Imagine entrar num recinto desses, um avantajado e singularmente lindo espécime de humano. Quase todos os aparelhos pararam de funcionar, e os olhares estavam totalmente voltados para o local onde caminhávamos, eu e Eduardo. Ele nem notou, ou fingiu não notar o frenesi que causou nas abismadas malhadoras de plantão.

Estávamos nos exercitando em aparelhos próximos às barras de alongamento. Então, era um tal de vai e vem de garotas de todas as espécies e idades, que iam até as barras para alongar, amarrar o tênis, ajustar as meias e fazer as coisas mais inusitadas. E lançavam aqueles olhares de ‘meu Deus que coisa linda’ para o meu amigo.

De vez em quando ele me olhava e dava um sorrisinho maroto e piscava o olho.

Ao final dos exercícios, nos dirigimos para o pagamento das horas dele, já que não era sócio. Pense na fila que se formou atrás de nós. Meninas mais jovens são afoitas e não escondem suas emoções, aí se ouviam suspiros, gritinhos e alusões a beijinhos. Confesso que até fiquei um tanto sem jeito. Mas ele, nem se dava por achado.

Depois de sairmos perguntei se era sempre assim nas academias que frequentava, ele disse que não, porque na cidade dele, ele era bem conhecido, e as frequentadoras sabiam de sua condição.

Mas aqui no Brasil, ninguém sabe de nada disso. E vá aonde for, ele chama a atenção do público feminino. E não sei porquê, do masculino também.

Mas também, vá ser bonito assim lá em Manhattan! Ora bolas!!!

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